quinta-feira, 22 de março de 2007

(meu) Lugar comum



Meu lugar comum, mais nosso que meu. Não, meu.
Onde te encontro, onde nos encontro, me encontro contigo. Nós.
Fundem-se. Fundimo-nos em espaços, cheiros e sabores. Como incenso que se queima doce na janela, calmo.
Viajo tão longe neste lugar, vôo tão alto… Parecem-me factos e não devaneios.
Descubro-me assim, nestas minhas ilusões de um branco cetim.
Este meu lugar seguro, feito abrigo, seguro!
Venho cá quando me perco, chego cá quando nem eu me encontro. Quando não sei onde ir, ou não tenho outro escape. Venho cá como fuga, quando o que vejo é insuficiente. Venho cá como abraço.
Aqui tudo é simples, aqui não restam dúvidas, nem receios. Aqui só sinto outra vez.
Só te sonho e me rendo à nostalgia.
Tenho vindo tão pouco ultimamente, hoje vim para relembrar que tenho um passado bem passado. Vim recordar-me de sentir, sentimentos inexistentes que me matam quando quero. Vim recordar as saudades, tinha já saudades de ter saudades. Vim relembrar que sei gostar e que me faz bem gostar.
Contigo que és um e outro, aqui e lá. Todos e tudo.
Tu que me bastas em pequenos instantes, que és refugio.
Minha insensatez de mel, melancolia vibrante, volta só por momentos e ama-me de novo, só mais uma vez. Porque hoje o sol brilha e eu tenho vontade de amar.