quinta-feira, 1 de março de 2007
choro
Eu choro, ás vezes eu choro.
Choro, sem me impedir de chorar.
Choro tudo, choro, choro.
Choro nada.
Num desespero mudo, que guardo só para mim.
Sabor? As gotas caiem quentes,
Molham os meus lábios de sal.
Dor em estado líquido, sai.
Lava todo o meu ser, purifica-me a alma.
Os lábios molhados e,
Choro tudo e choro, choro.
O profano, o sujo e o injusto.
Já nem me lembro do motivo,
Choro só por chorar.
Até ficar sem lágrimas, até toda a tristeza ir embora.
Parada, alienada de tudo que me faz bem, eu sei!
Esqueço-me do mundo e de mim.
Poderia controlar este choro desmedido, mas não quero.
Liberta-me agora!
Choro de novo, mais, choro com vontade.
Ironicamente começo a sentir-me melhor.
Vou soluçando baixinho, pouco, cada vez menos.
Sinto a vida correr, ouço o meu respirar…
O sangue que fervilha correndo nas minhas veias.
Lembro-me que sou capaz.
Respiro bem fundo, respiro bem fundo mais uma vez,
E esboço um sorriso…
Havia esquecido que o mundo é meu!