Solidão em noites de frio.
Há sempre uma lua cheia e cigarros que se fumam em formas.
Quase que ouço jazz, é esta música com perfume a Paris e um quê de grego que me resgata.
Como um mimo, um corpo preto esquecido, de infinitas expressões que falam por si.
Marioneta viva, fluída, desajeitada. Quase caio, mera ilusão, frágil.
Barulho do mar e gaivotas em terra, sempre a música, sempre aquele velho saxofone ao longe.
Faz-me pensar em velas e vinho só para um, logo eu que nem bebo.
Estou triste e o corpo dança. Acaba sempre por dançar. Mesmo agora que as costas fraquejam, os músculos cansados insistem em continuar.
Minha arte chama por mim, minha arte que me abraça sem tocar.
Pinto sombras na parede, sombras grandes, sombras que me aumentam e me fazem perfeição, nesta penumbra avermelhada.
E penso...Penso que tenho tanto em que pensar... E riu-me disso. Não penso em nada.
Louca, riu-me comigo.Um dia apaixono-me por quem entender o que escrevo.
Algures em Novembro, o doce. R