quinta-feira, 13 de março de 2008

Shine your light for the world to see

Comove-te com umas quantas frases absurdas e escreve textos de madrugada, quando devias dormir para acordar às sete da manhã. Escreve automaticamente e esquece-te dos parágrafos. Diz quando gostas, grita que gostas, vezes sem conta, amar nunca é demais. Surpreende-te com coisas banais, e com coisas especiais, só não percas a capacidade de te surpreender. Anda a pé sem destino, e vai a pé para o teu destino. É longe, e daí? Perde-te no chiado que já conheces tão bem cinco vezes na mesma tarde. Toma um café sozinha enquanto vês o rio e conversa contigo, com todos os Eus que és. Não te acomodes à solidão, nem nunca te habitues ao frio. Ouve decor o mesmo solo de piano de um autor desconhecido, lindo de morrer. Corre atrás das gaivotas na praia e molha sempre os pés. Come chocolate derretido com a colher de pau, devora chantily com morangos e pede batatas fritas a seguir se é isso que te apetece. Usa meias diferentes e óculos de sol tão ridículos como coloridos. Canta no metro, na rua, no chuveiro e na Fnac. Toma banhos quentes demorados, gasta toda a água da caldeira e não poupes os sais de banho, nem o creme hidratante. Acende sempre velas e dá muitos abraços. Dá música ao vizinho de cima, de baixo e ao da frente também. Põe mais um cobertor na cama e dorme com a janela aberta para sentir o vento, aliás, põe mais dois cobertores na cama e dorme nua de janela aberta para sentir o vento. Conversa com a velhinha do autocarro, com o motorista do táxi, com o empregado do bar. Troca palavras, partilha quem és. Aprende sempre qualquer coisa. Sorri muito, sorri sempre para quem te sorrir e para quem não te sorrir também. Sê, basicamente, como o sandâlo que perfuma o machado que o corta. Troca olhares nas filas de trânsito, brinca. Pisca o olho. Luta por aquilo que queres. Dança em todo lado, sem inibições e constrangimentos. Vê o por do sol todos os dias e tenta vê-lo quando nasce pelo menos uma vez por mês. Sê criança, joga, pula, salta, cai, esfola os joelhos e faz birra quando não quiseres comer a sopa. Enche-te de cortes que se curam com desenhos a betadine e saram em pele mais forte. Acredita que podes voar como o Peter Pan e nunca deixes de ver a sininho, afinal não somos pó, somos magia. Pega no carro e vai dormir ao Alentejo, pega no carro e estaciona mais à frente, apanha um comboio. Usa vestidos curtos, bem curtos, e compridos. Não uses soutien. Não passes os lenços a ferro. Gasta muito dinheiro num bom jantar, delicia-te no banco de pau de uma tasca. Deixa o telemóvel em casa. Escreve cartas de amor, sê romântica e tonta até ao fim. Quando tiveres na dúvida arrisca. Porque não? A pergunta que podes e deves repetir. Usa vezes sem conta o serviço de pratos guardado para as ocasiões especiais, e toca xilofone nos copos de cristal. Demora as despedidas. Beija bocas, pescoços, costas e mãos. Agarra a chuva e as estrelas também. Não seques o cabelo. Fica com o sal na pele e com cheiro de bronzeador. Abandona-te sempre às coisas simples e brinda com chá a vida que é boa de mais. Relativiza e/ou dramatiza, faz o que tiveres de fazer. Só não fiques parada a ver a vida passar. Nem finjas apatia.
Ama muito, dá tudo sem receio, desilude-te, chora e perdoa, para teres mais para dar da próxima vez. Não tens nada a perder!
Deixa o sol entrar e brilha, brilha contigo, com os outros e com o mundo.
Sê feliz hoje e agora, sempre. E faz do meu Sentir a tua filosofia.
"Faz tudo isto ou não faças nada, mas vive e escolhe sempre o caminho com mais flores."

..e esta divagação, carregada de entre-linhas, é para vocês que vêm com todas as cores do arco-íris e que deixam a caixa de cereais em cima da televisão pelo prazer de a ver fora do lugar, para esses e para os outros todos também.